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Claudião do Raio X usa a Tribuna e fala da Central de Regulação de Vagas

O vereador Claudemir Batista da Rocha (Claudião do Raio X), fez o uso da Tribuna e falou sobre a Central de Regulação de Vagas. Confira:

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Divulgação

Na noite da última segunda-feira (17/03), durante a quinta sessão ordinária da Câmara de Ivinhema, o vereador Claudemir Batista da Rocha (Claudião do Raio X), fez o uso da Tribuna e falou sobre a Central de Regulação de Vagas. Confira:

Quero cumprimentar todos vereadores por presente que se faz aqui nessa noite. Quem nos acompanha também pela rede social. E quando a gente vem na tribuna, geralmente pela primeira vez nessa casa de leis aqui, estreando essa tribuna, às vezes a gente, vários temas são debatidos.

E o assunto que me traz aqui, eu poderia falar da bancada. Mas em conversa com a cidadã de Ivinhemense, a semana passada, ela me cobrou a esse respeito. E eu falei para ela, não, eu vou falar.

Ela falou, não, esse assunto para se tratar na tribuna daquela casa. Porque é um assunto muito pertinente com a nossa sociedade. É um assunto que afeta várias pessoas e muitas não têm conhecimento e as pessoas às vezes sofrem por esse motivo.

O motivo que eu vou falar aqui é central de regulação de vagas. Eu acredito que todos os senhores vereadores aqui já recebeu um telefonema, uma ligação de alguém, se tratando de central de regulação de vagas. Ninguém espera, ninguém sabe a hora que ele vai adoecer, ninguém sabe a hora que vai acontecer um acidente, mas isso acontece rotineiramente com as pessoas.

E nós estamos enfrentando um problema muito sério no Mato Grosso do Sul, principalmente na micro-macro-região da Grande Dourados, a qual nós fazemos parte, onde o cidadão Ivinhemense depende de regulação de vagas de Douradas e de outra cidade do Mato Grosso do Sul. E só vai saber o que é central de regulação de vagas quem se sentir na pele. Quem se sentir na pele, a hora que um parente, um amigo, uma pessoa da família dê entrada em um hospital de pequeno porte, pequeno médio porte, que nem é o caso de Ivinhema, com um quadro de infarto agudo do miocardio, que é o que nós ouvimos falar, e aquele paciente da eminência de evoluir esse quadro para situações mais graves, e você ouvir da equipe, às vezes, que está tão preocupada quanto a família, quanto o paciente, que está guardando a liberação de vagas.

É dolorido para as pessoas ver um ente querido, uma pessoa sofrendo num leito de um hospital, e eu falo aqui como no hospital do município de Ivinhema, que todos nós temos conhecimento, e você ficar a mercê dessa central de vagas, essa central de regulação. As pessoas se desesperam, vereador. Elas ligam para o vereador, o vereador liga para o prefeito, liga para secretário, liga para deputado, e, de forma alguma, se consegue resolver esse problema dessas transferências de vale.

O assunto que eu estou abordando aqui é o Mato Grosso do Sul inteiro, o interior do Mato Grosso, tem que começar a falar sobre isso, porque o estado do Mato Grosso está batendo recorde. O PIB do Mato Grosso do Sul para esse ano é recorde de arrecadação do Mato Grosso. E sempre ouvimos a mesma conversa e não tem leitos disponíveis para atender essas pessoas que ficam padecendo nos hospitais de pequeno porte no interior do estado.

As autoridades políticas do estado, vai nas redes sociais na televisão, falar que o estado é o que mais cresce no Brasil, o PIB invejável a outros estados, e aí a gente se prepara com essa situação de ver amigos nossos ficar aí três, quatro, cinco dias infartado, aguardando uma vaga e essa vaga nunca sai. Estou falando aqui por conhecimento, por ter um amigo. Eu tenho um amigo que esses meses passados, ele deu entrada no Hospital Municipal de Ivinhema com um quadro de infarto, ele ficou cinco dias aguardando uma vaga e essa vaga não saiu, vereador Marcio.

Não saiu por quê? Porque a central de regulação não achou a vaga no Mato Grosso para atender aquele paciente. Graças a Deus, paciente, com os cuidados que o Hospital Municipal de Ivinhema destinou, designou esse paciente, por esse período ele permaneceu dentro do Hospital de Ivinhema, foi bem cuidado dentro das suas condições e o paciente conseguiu melhorar, voltar para casa para dar aí uma semana depois, ter a sorte de fazer um cateterismo, vereador. Então essa é a situação de quem precisa de saúde pública em algumas situações de emergência no interior do Mato Grosso do Sul.

Alguém pode falar, mas você está criticando quem, Claudião? Eu não estou criticando ninguém, eu só estou falando da realidade e aí as pessoas pensam, vereador Marcio, que é culpa do vereador, que é culpa do prefeito, que é culpa do secretário de saúde do município e cobram da gente com toda a razão, tem que cobrar de alguém. E nós vamos cobrando, cobrando só que chega num ponto que ninguém sabe porque que não sai essas vagas em tempo de dar esse amparo, esse socorro para as pessoas. Então eu estou falando isso aqui hoje, levantando essa bandeira, nós precisamos provocar esse sistema de saúde do estado do Mato Grosso do Sul, pode ser que em outros estados seja a mesma coisa, mas nós estamos falando precisamente do Mato Grosso do Sul, temos que provocar, porque quando o governo falar que o PIB do Mato Grosso do Sul é invejável no Brasil inteiro, que esse PIB seja devolvido para as pessoas, não tem leito, contrata leito.

Contrata leito em hospitais particulares, ouvi uma entrevista do ex-governador Reinaldo Azambuja, que pegou o estado com 200 e poucos leitos aportado pelo estado e entregou com quase 500 bom, mas ainda é pouco, mas ainda é pouco porque pessoas estão precisando, pessoas estão padecendo a mercê de uma situação que não é o vereador, que não é o prefeito, não é o secretário municipal de saúde, que vai resolver, quem tem que resolver é o governo do estado em parceria com o governo federal, que é para isso que nós pagamos impostos. A maior carga de impostos que nós pagamos é para o governo do estado, a segunda maior é para o governo federal e o município vem depois e está na constituição que é dever do estado garantir a saúde e o bem-estar dos seus cidadãos. Então, nobres amigos, amigas e público presente, é um questionamento que eu estou fazendo aqui hoje, é essa situação que nós não podemos concordar que ela continue dessa forma e que nós, enquanto vereadores, nós manifestamos sobre isso para que os órgãos, as instituições que têm a competência, a obrigação de fazer, que eles busquem os meios de fazer para que esse atendimento chegue às pessoas.

Eu imagino, vereador Wagner, que lá por detrás do computador, na central de regulação, eu não sei que espécie de ser humano que está por detrás daquele computador. Veja o meu amigo Saulo ali, enfermeiro, hospitalar, sabe do que estou falando, já sentiu na pele ver o sofrimento das pessoas e lá parece que detrás desse computador da central de vagas, quem está lá não tem coração, não tem sentimento, porque os médicos dos hospitais pequenos fazem o possível, relatórios, mais relatórios, informações técnicas laboratoriais e o pedido chega em tempo recorde, 15, 20 minutos, vem o retorno, não temos vaga e o pronto socorro está aqui, o médico do pronto socorro está aqui, fazendo o possível para manter esse paciente vivo a mercê da central de regulação de vagas. Então fica aqui esse meu questionamento sobre essa forma de atuar da central de regulação de vagas, a forma do Estado conduzir isso, a forma que a parte que cabe ao Governo Federal conduzir isso, porque eu tenho certeza absoluta, porque os municípios fazem e fazem muito bem feito a sua parte nesse quesito.

Os municípios, quando eu digo municípios, são os hospitais que recebem o paciente no interior, eles têm a maior preocupação. E chega num ponto que aquela população fica sem entender porque ninguém faz nada, não é que ninguém faz nada. O município está fazendo tudo, mas ele depende dessa bendita central de regulação.

Então fica aqui essa observação para que as autoridades do Estado e as autoridades do Governo Federal que eu desejaria muito que eles pudessem ouvir, que as emissoras de rádio retransmitissem essa minha fala para que alguns no meio político possam me criticar, mas também possa saber que nós estamos preocupados com essa situação que a cada dia está ficando mais grave dentro das nossas sociedades, os municípios pequenos, os municípios de pequeno porte do interior do Estado. Era isso, senhores, agradeço pela atenção e fica aqui esta minha fala um pouco da minha indignação em se tratando de central de regulação de vagas. Muito obrigado”.

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