O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou ontem quarta (10) um pedido de investigação nos gastos dos cartões corporativos utilizados pela Presidência da República após as despesas de Jair Bolsonaro (sem partido) virem a público no último mês e mostrarem gastos superiores aos dos presidentes anteriores
A decisão veio após um pedido do senador Fabiano Contarato (Rede/ES), que fez um requerimento para que as contas fossem investigadas e os gastos fossem tornados públicos. Inicialmente, o plenário do TCU, liderado pelo relator Vital do Rêgo, autorizou apenas a auditoria dos gastos.
Os gastos dos cartões de Bolsonaro tiveram aumento de cerca de 60% em relação aos de Michel Temer (MDB) e 3% em relação a DIlma Rousseff (PT).
De janeiro a março de 2020, os valores somaram R$ 6,2 milhões, mais que o dobro do mesmo período do ano passado (R$ 2,5 milhões). Bolsonaro afirmou que o gasto para repatriar brasileiros que estavam na China durante a pandemia justificaria o aumento, mas mesmo se esses gastos fossem excluídos, as contas ficariam em R$ 5,4 milhões.
Mais cedo nesta quarta, o TCU aprovou as contas do primeiro ano de gestão de Bolsonaro, mas com ressalvas. O relator do processo, ministro Bruno Dantas, apontou indícios de terceirização de despesas de ministérios para estatais, prática vetada pela Constituição. As duas principais manobras envolveram o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e o Ministério da Defesa.
Dantas ainda verificou o pagamento de aposentadorias sem previsão orçamentária. Isso pode configurar crime de responsabilidade e levar à abertura de um processo de impeachment.
* com informações da Agência Folhapress
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