Publicado em 16/01/2019 às 06:49, Atualizado em 16/01/2019 às 09:51
Reinaldo Azambuja destacou no documento que o combate ao crime organizado deve seguir cinco frentes
Documento com 21 propostas para a área de segurança na região de fronteira do País e em todo Mato Grosso do Sul foi entregue pelo governador Reinaldo Azambuja ao futuro ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro. Os dois se encontraram em Brasília (DF) durante o Fórum de Governadores, que reuniu 23 gestores eleitos e reeleitos, além de dois vices.
Reinaldo Azambuja destacou no documento que o combate ao crime organizado deve seguir cinco frentes: policiamento preventivo; melhor remuneração dos policiais da fronteira; viabilização de recursos do Sistema Único de Segurança Pública (Susp); recursos para investimentos na segurança pública; e mudanças no sistema penitenciário em conjunto com medidas socioeducativas.
Na questão de fronteira, além de defender a implantação do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) - projeto que está parado a mais de cinco anos, Reinaldo Azambuja enfatizou que é necessário ter policiais na região.
"O Sisfron ajuda, mas precisamos uma presença policial na fronteira. Quem mais apreende drogas? O DOF (Departamento de Operações de Fronteira, porque está presente diuturnamente na fronteira, todo os dias do ano. Por isso os policiais do DOF apreenderam mais de 434 toneladas de drogas em 2017. A efetividade está na participação do Exército, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal integrados com as forças estaduais para blindar a fronteira. O Sisfron pode ajudar muito o monitoramento da região".
Além de buscar maior integração das forças policiais, o governador criticou a forma de gestão do Fundo Penitenciário, destacando que é preciso uma força tarefa para analisar os projetos parados no Departamento Penitenciário do Ministério da Justiça (Depen) para construção ou ampliação das unidades.
"O Depen e o Fundo liberaram recursos em 2016, mas precisamente em dezembro de 2016. Nós apresentamos projetos para ampliar 10 presídios no Estado por entendermos que ficaria muito mais barato o custeio para o Estado, não andaram. Não há técnicos para análise, não tem uma equipe técnica. O ministro (Sérgio Moro) falou que muito pouco dinheiro do Depen foi utilizado, só que o Fundo Penitenciário é muito engessado. O Governo federal precisa criar mecanismos que possam destravar estes projetos".
Outra proposta defendida foi a instalação em Campo Grande da Central Integrada de Inteligência, como forma de efetivar o combate ao tráfico e contrabando. Este Núcleo de Inteligência vai ser útil para pegarmos as grandes corporações do crime e para o fortalecimento das forças federais nas fronteiras. Hoje, a fronteira esta escancarada. Todos os governadores falaram na entrada de drogas, o Brasil não é o produtor. Se blindarmos a fronteira, vamos diminuir a violência em todas as regiões do Brasil.