Publicado em 04/09/2017 às 08:03, Atualizado em 04/09/2017 às 11:06

Polícia Federal volta a investigar as contas de Geraldo Resende a pedido do STF

Geraldo alega que o sigilo bancário de suas contas já havia sido quebrado anteriormente, e que os bancos já teriam enviado os dados requeridos.

MGSNEWS,
Cb image default
IMAGEM: ASSESSORIA

As contas bancárias de Geraldo Resende, deputado federal de MS (PSDB) voltam a ser alvo pela Polícia Federal, após solicitação do ministro Marco Aurélio, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O despacho foi feito no dia 25 deste mês dentro do inquérito que investiga suposto envolvimento do deputado douradense de receber propina em forma de comissão das emendas destinadas a obras na cidade, ou seja, escândalo de corrupção, que foi desvendado pela Operação Uragano, em 2010.

A investigação contra Geraldo Resende começou em 2011, ano seguinte à Operação Uragano, que derrubou a cúpula da política douradense por corrupção. Esta semana, em especial na quarta-feira(30), o processo tomou outra direção e seguirá em sigilo por determinação de Marco Aurélio, mas o inquérito permanece em aberto para consulta no site do STF.

Outros nomes importantes foram envolvidos nessas investigações que são consideradas o maior escândalo político do estado de Mato Grosso do Sul. Um deles é o então prefeito Ari Artuzi, único condenado e que morreu de câncer em 2013 e o deputado Marçal Filho que não conseguiu se reeleger em 2014, e hoje o radialista é vereador do PSDB.

Resende e o ex-deputado federal Marçal Filho (PMDB) foram citados em gravações feitas pelo secretário de comunicação da prefeitura, Eleandro Passaia. De acordo com a denúncia, ele agilizava a liberação das emendas em troca de propina.

Apesar de anunciar que fazia oposição a Artuzi, no período investigado, segundo o Relatório da Procuradoria-Geral enviado ao STF Resende conseguiu a liberação de R$ 3 milhões entre 2007 e 2010. Nesse período, informações do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal revelaram depósitos de R$ 132,3 mil nas contas do tucano, sendo que só R$ 24 mil teve o depositante identificado, ele mesmo. Outros dados fornecidos pelas instituições financeiras mostram ainda um montante de R$ 166,3 mil depositados na conta do deputado, deste valor R$ 44,5 mil não tinha especificado o depositante.

Em entrevista nessa quinta-feira (31), ao Campo Grande News, Geraldo Resende afirmou estar tranquilo e que a medida adotada não passa de uma “movimentação corriqueira” da justiça.

“Não tem fato novo. Eles pediram de novo aquilo que já pediram há seis anos e eu voluntariamente levei lá. A Procuradoria-Geral da República está perdida, tentando de alguma forma achar algo de ilícito na minha atividade política. É uma mera repetição de pedidos feitos anteriormente pela PGR”, afirmou.

Geraldo alega que o sigilo bancário de suas contas já havia sido quebrado anteriormente, e que os bancos já teriam enviado os dados requeridos. “São seis anos de um inquérito que eu sequer fui ouvido. Tenho certeza que ao final, aquilo que eu disse no dia que meu nome foi arrolado pelo Passaia vai acontecer e terei um atestado de idoneidade moral e de conduta ilibada na atividade política”.

O deputado tucano diz ser o único agente político citado pelo delator da Operação Uragano que teve “coragem” de processar o ex-secretário de Governo e ganhou R$ 10 mil de indenização. “Ele recorreu ao TJ, mas perdeu na primeira instância e tem que me indenizar por calúnia, injúria e difamação”.

Geraldo Resende voltou a afirmar que nunca conversou sobre liberação de emendas com o então prefeito de Dourados, Ari Artuzi. “Todo mundo sabia que éramos declaradamente inimigos”.

Bom, agora é só esperar as cenas dos próximos capítulos dessa novela que se prolonga a 6 anos e confiar que a justiça seja feita, pra que o povo douradense volte a respirar aliviado.