O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou o ex-senador de Mato Grosso do Sul, Delcídio do Amaral (sem partido), de mentir em sua delação premiada, homologada pela Justiça ainda no ano passado.

A delação de Delcídio ocorreu após o ex-petista ter sido flagrado, ao fim de 2015, em uma conversa com o ex-diretor Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, tentando evitar que Cerveró delatasse o grupo petista.

Após ter sido preso, Delcídio decidiu colaborar com a Justiça, e disse que atuou em favor de Lula para comprar o silêncio de Cerveró, oferecendo uma quantia de R$ 250 mil ao ex-presidente da Petrobrás.

Agora, segundo a coluna Painel da Folha de S. Paulo, os advogados do ex-presidente Lula pediram que a delação de Delcídio seja anulada. Eles alegam que o ex-senador mentiu nos depoimentos, e pedem a absolvição de Lula no processo, em que é acusado de obstrução de Justiça.

A delação do sul mato-grossense foi a responsável por tornar Lula réu pela primeira vez na Justiça Federal, em 2016. Os depoimentos também implicaram o advogado Edson Ribeiro, que defendia Cerveró, e o amigo de Lula, José Carlos Bumlai.

Em setembro, o MPF-DF (Ministério Público Federal do Distrito Federal) pediu também a absolvição de Lula e a perda dos benefícios da delação de Delcídio, alegando que o ex-senador teria mentido nos depoimentos.