O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) foi preso preventivamente pela Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (13) após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Jefferson estava na cidade de Comendador Levy Gasparian, a cerca de 130 quilômetros do Rio de Janeiro. O ex-deputado seguiu para fazer o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e, na sequência, para a Superintendência da PF no Rio.
Por volta das 16h, Jefferson chegou ao presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e depois de uma hora seguiu para o presídio de Bangu 8, na Zona Oeste da capital, onde ficará detido e será tratado como preso comum. Os advogados de Jefferson estão tentando transformar a prisão preventiva em prisão domiciliar, alegando que o ex-deputado tem problema nos rins.
Segundo informações da jornalista Daniela Lima, da CNN, a audiência de custódia de Roberto Jefferson será realizada no sábado (14). Com isso, o ex-deputado passará a noite no centro de detenção no Rio de Janeiro.
Ao determinar a prisão, Moraes acusa o ex-deputado de participar de uma suposta milícia digital em ataques às instituições democráticas. A organização criminosa teria sido montada, principalmente, para atacar a próxima eleição.
O ex-deputado, presidente nacional do PTB, teve o pedido de prisão feito pela PF, que atribui a Jefferson a participação na milícia digital, que tem feito ataques sistemáticos às instituições, notadamente ao STF e também ao processo democrático.
Além da prisão, Moraes determinou busca e apreensão: "Desde já, autorizo o acesso a mídias de armazenamento (inclusive celulares, HDs, pen drives apreendidos, materiais armazenados em nuvem), apreendendo-se ou copiando-se os arquivos daqueles julgados úteis para esclarecimento dos fatos sob investigação".
Recentemente, Jefferson, aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), publicou um vídeo nas redes sociais dizendo que se não houvesse o voto impresso, não haveria eleição, reproduzindo o que foi dito por outras autoridades.
Nas redes sociais, o presidente do PTB publicou que a PF estaria em endereços de pessoas ligadas a ele. "A Polícia Federal foi a casa de minha ex-mulher, mãe de meus filhos, com ordem de prisão contra mim e busca e apreensão. Vamos ver de onde parte essa canalhice". A mensagem foi divulgada pela filha de Jefferson, Cristhiane Brasil.
O advogado de Jefferson, Luiz Gustavo Pereira, divulgou uma nota. "O que a gente sabe é que é um mandado emitido pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, relativo a um inquérito novo, aberto no fim de julho, sobre milícias digitais. Ainda estamos nos inteirando dos fatos".
Roberto Jefferson foi um dos pivôs do Mensalão – na época, ele foi condenado e preso pela prática de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Em nota, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) demonstrou "incredulidade com a prisão de seu Presidente Nacional, Roberto Jefferson", classificou a decisão como "arbitrária" e afirmou que o ato "demonstra, mais uma vez, a tentativa de censurar o presidente da legenda, impedindo-o de exercer seu direito à liberdade de opinião e expressão por meio das redes sociais."
"O PTB foi surpreendido com mais uma medida arbitrária orquestrada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Este é mais um triste capítulo da perseguição aos conservadores. Nosso partido espera que a justiça veja o quão absurda é este encarceramento. No momento, aguardamos os desdobramentos futuros para nos pronunciarmos acerca das medidas a serem adotadas", diz a nota.
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