Publicado em 18/08/2020 às 19:38, Atualizado em 18/08/2020 às 22:49
Jair Bolsonaro (sem partido) lembrou, em seu discurso, do tempo em que serviu por três anos em Nioaque, no interior do Estado, e disse que o MS “marcou a sua vida”.
Em sua primeira visita ao Mato Grosso do Sul como presidente, para a inauguração de um radar da Aeronáutica em Corumbá, Jair Bolsonaro (sem partido) lembrou, em seu discurso, do tempo em que serviu por três anos em Nioaque, no interior do Estado, e disse que o MS “marcou a sua vida”. O presidente falou do apoio de alguns políticos sul-mato-grossenses ao seu governo, destacando o trabalho da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a quem chamou de “melhor ministra do Brasil”, e do deputado Luiz Ovando (PSL), “que desde o início esteve conosco na questão da hidroxicloroquina” afirmou Bolsonaro, referindo-se ao medicamento para malária que o mandatário ele como uma arma contra o coronavírus – mesmo sem embasamento científico.
Bolsonaro disse que Tereza é “um orgulho do agronegócio, não só para MS, bem como para o nosso grande Brasil”. “Parabéns pelo trabalho maravilhoso que você faz à frente do Ministério da Agricultura. O presidente afirmou que ela é uma das ministras mais importantes e competentes do país, abrindo fronteiras para além da América do Sul. “O nosso agronegócio vem batendo recordes; cada vez exporta mais”, disse.
Desde sempre avesso a medidas de isolamento social para conter o avanço da pandemia de coronavírus, Bolsonaro lembrou que “o homem do campo não parou e de trabalhar”. “Não teve lockdown, todos trabalharam, e o índice de mortes foi o menor de todos entre os demais setores”.
Ao cumprimentar Ovando por seu apoio à cloroquina para tratar pacientes com covid-19, Bolsonaro mentiu e disse que o medicamento para lúpus e malária “serviu para que vidas fossem salvas em todos aqueles que fossem acometidos da covid-19”. Na verdade, alguns estudos preliminares sobre a eficácia do produto indicaram aumento da mortalidade entre alguns pacientes.
Vaias
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) foi vaiado enquanto recebia Bolsonaro com seu discurso e ouviu ruidosos gritos de “FORA!”. Tão logo ele começou a ser vaiado, os microfones foram desligados, mas momentos depois voltaram a funcionar.
Durante o discurso, Reinaldo destacou parcerias com o Governo Federal, dentre elas a integração entre as forças de segurança estaduais e federais na região de Fronteira.
Capacete de Guavira
Após ouvir as vaias, Azambuja encerrou seu discurso em um tom mais descontraído e lembrou ao presidente que cumpriria uma promessa, feita durante uma reunião com governadores, de que visitaria Nioaque com Bolsonaro e o entregaria um capacete de guaivira.
Ao ser recebido aos gritos de “mito” por seus apoiadores presentes, Bolsonaro iniciou seu discurso explicando o que era o capacete de guavira. Ele esclareceu que, quando serviu em Nioaque, município a 130 km de Campo Grande, havia alguns “soldados que cometiam algumas transgressões disciplinares – da mais grave pra mais leve -, eu criei uma superleve: quando a punição não se enquadrava no regulamento disciplinar do exército, ele passava a ser um capacete de guavira”.
Após alguns momentos de silêncio, Bolsonaro esclareceu: “longe de ser uma punição pro governador que é meu ex-colega de Câmara dos Deputados, ao qual tenho gratas recordações”. Veja o vídeo:
‘Brasil acima de tudo, Mato Grosso acima de todos’
Ao encerrar seu discurso em Corumbá, Bolsonaro cometeu uma gafe diante dos sul-mato grossenses e soltou: “Brasil acima de tudo, Mato Grosso acima de todos…”. Após segundos de silêncio, ele corrigiu: “Mato Grosso do SUL acima de todos… e que Deus proteja nosso País”. Bolsonaro segue agora para Nioaque. Por volta das 17h, ele vai fazer uma visita ao 9º Grupo de Artilharia de Campanha do Exército, onde serviu como tenente entre 1979 e 1981.