Publicado em 27/05/2018 às 07:38, Atualizado em 27/05/2018 às 11:40

Dagoberto elogia greve dos caminhoneiros e diz que culpa é de Temer

Deputado de MS afirma que maioria do Congresso está envolvida com corrupção

Celso Bejarano e Rodson Willyams,
Cb image default
Foto: Rodson Willyams

O deputado federal Dagoberto Nogueira, do PDT, disse, na manhã deste sábado, em evento do partido, em Campo Grande, que o manifesto nacional dos caminheiros, que já dura uma semana e deixou a população sem combustível, é alerta de descontentamento ao presidente da República, Michel Temer, o Senado e o Congresso, que estariam enredados em esquemas de corrupção.

A cerimônia do PDT anunciou as candidaturas das mulheres da sigla aos mandatos de deputada estadual e federal.

Ainda no comentário acerca do atual cenário político nacional, Dagoberto citou que Ciro Gomes [pré-candidato a presidente do Brasil do PDT] sempre criticou o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do PMDB, preso por corrupção e também Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Temer, outro encarcerado por desvio de dinheiro.

“Temer só não foi preso porque o Congresso não deixou ir adiante às investigações. Mas, assim que ele deixar a presidência, será investigado”, disse o parlamentar.

O deputado sul-mato-grossense citou ainda que dos 21 ministros de Temer, 19 estariam implicados na Lava Jato, operação da Polícia Federal, a maior que se tem notícia no país, contra a corrupção.

“Agora com essa situação, os únicos que tiveram coragem para demonstrar descontentamento com o governo federal foram os caminhoneiros. Eles, sim, ergueram a bandeira e começaram a agir”, destacou o pedetista.

Ainda pelas contas do parlamentar, 400 dos 508 deputados federais estariam envolvidos em algum tipo de delito. Esses parlamentares são frutos da Odebrecht, Camargo Corrêa. Tais empresas, segundo a PF, eram as que corrompiam os políticos.

O eventual comprometimento dos parlamentares com as empresas citadas por Dagoberto seria o motivo do enfraquecimento dos trabalhadores. No caso, o pedetista criticou a reforma trabalhista que teria tirado os direitos dos trabalhadores.

“Imagine um policial de 65 anos de idade correr atrás de um bandido, não tem como”, afirmou o pedetista acerca da lei que determina aposentadoria somente depois dos 65 anos.

Dagoberto citou ainda que Temer tentou privatizar a Petrobras, maior estatal brasileira, abrindo a maiores cotas de ações para os estrangeiros. “E ele quer privatizar a Caixa Econômica, o pré-sal [reserva pretrolífera] já está com eles [estrangeiros]”, arrematou o parlamentar.

“Hoje é preciso acabar com esse negócio de ligar a tevê e ver gente com tornozeleira. O PDT está livre disso”, finalizou o deputado numa clara insinuação ao ex-governador de MS, André Puccinelli, do MDB, que usou o equipamento ano passado por determinação judicial.

Puccinelli é pré-candidato ao governo de MS, rival do juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, do PDT, também pré-candidato.