Publicado em 07/08/2018 às 07:46, Atualizado em 07/08/2018 às 12:05
Ciro Ferreira Gomes é formado em Direito e cursou economia em Harvard, nos Estados Unidos.
Ciro Ferreira Gomes nasceu em Pindamonhangaba, São Paulo, em 1957, mas fez sua carreira toda no Ceará, onde se iniciou cedo na política. Formou-se em Direito na Universidade Federal do Ceará e cursou economia em Harvard, nos Estados Unidos. De extenso currículo na política, Ciro foi prefeito, deputado estadual, deputado federal, governador, duas vezes ministro e candidato à Presidência da República.
Em 1982, elegeu-se deputado pelo PDS. Já em 1986, disputou novo mandato pelo PMDB, partido pelo qual se elegeu prefeito de Fortaleza, em 1988. Tornou-se governador do Ceará pelo PSDB, em 1990, opondo-se ao então presidente, Fernando Collor. Em 1989, apoiou o tucano Mário Covas contra Collor nas eleições presidenciais e, no segundo turno, declarou voto em Lula (PT). Renunciou ao governo do Ceará faltando quatro meses para o fim do mandato para assumir o Ministério da Fazenda. Conduziu o Plano Real, fundamental para a eleição de Fernando Henrique Cardoso.
Em 1998 e em 2002, Ciro concorreu à Presidência da República, ambas as vezes pelo PPS. Derrotado por Lula, foi nomeado seu ministro da Integração Nacional, entre 2003 e 2006. Deixou o cargo para se candidatar à Câmara dos Deputados, onde permaneceu por um mandato, até 2011, pelo PSB. Teve uma curta passagem pelo Pros, entre 2013 e 2015, e, atualmente, está filiado ao PDT, do qual é vice-presidente e pré-candidato à República.
Visto como uma alternativa da esquerda para as eleições de 2018, ainda que controversa mesmo dentro desse espectro, Ciro é conhecido pela “língua afiada” e pelo histórico de declarações polêmicas, inclusive a aliados. Foi apelidado “coronel”, por sua postura beligerante diante de algumas questões, como quando disse em entrevista que receberia “a turma do [juiz federal Sergio] Moro ‘a balas’” se tentassem conduzi-lo coercitivamente a depor.
Feitos importantes
Econômicos
Elevou a renda per capita do estado do Ceará de R$ 1.467,00 para R$ 1.637,00 (termos absolutos). Um aumento acumulado de 11,6%, enquanto o Brasil teve um aumento de 6,3% e o Nordeste, um aumento de 4,2%. Elevou a representação do PIB cearense de 1,65% do PIB nacional e 12,45% do PIB nordestino para 1,72% e 13,3%, respectivamente. No período, o PIB industrial do Ceará cresceu 1,38%. [28]
Redução da mortalidade infantil
Como governador, reduziu em 32% a taxa de mortalidade infantil no Ceará e Programa Viva Criança recebeu o Prêmio Maurice Paté da Unicef, entregue em Nova Iorque.[29] Foi o primeiro governante latino-americano a receber o prêmio. O Programa Viva Criança, divulgado por Renato Aragão foi iniciado em 1987 por Tasso Jereissati e em seis anos levou o Ceará para as melhores posições no ranking de mortalidade infantil do país. [30]
Canal do trabalhador
Com as secas de 1991, 1992, e 1993, o Canal do Trabalhador foi considerada a principal realização de Ciro Gomes frente ao Governo do Ceará. O canal foi inaugurado em 1993, tendo 40% do seu custo financiado pelo governo federal e 60% financiado pelo governo do estado. [31] Foi construído em tempo recorde de três meses e teve como objetivo imediato evitar um colapso de água em Fortaleza, levando água do Açude Orós ao sul de Fortaleza. [32]
Turismo no Ceará
Ao longo de vários governos, o Ceará se fortaleceu como destino turístico no imaginário social nordestino e brasileiro. O Pacto de Cooperação, instituído em 1991 foi a representação maior dessa estratégia. Uma parceria entre a sociedade civil e o Estado com o objetivo de repensar a economia do Ceará no cenário mundial. Ciro também idealizou o projeto do Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar. Fizeram parte dessa estratégia o setor privado, as universidades e centros de pesquisa, todos reunidos em um grande fórum com o então Governador Ciro Gomes (presidente do Pacto de Cooperação) e o Prefeito de Fortaleza, Juraci Magalhães.[33]