Publicado em 15/12/2020 às 02:05, Atualizado em 15/12/2020 às 07:10
Apesar dos protestos e tentativas de contestação de resultados do atual presidente, Donald Trump, a posse deverá ocorrer no dia 20 de janeiro de 2021.
Os delegados do Colégio Eleitoral norte-americano confirmaram, nesta 2ª feira (14.dez.2020), o nome do democrata Joe Biden, como 46º presidente dos Estados Unidos. Apesar dos protestos e tentativas de contestação de resultados do atual presidente, Donald Trump, a posse deverá ocorrer no dia 20 de janeiro de 2021.
Nos EUA, a eleição presidencial é indireta. Ou seja, em vez de escolher o candidato A ou B, os eleitores definem um grupo de pessoas, chamadas de delegados, que são as responsáveis por validar os votos de determinado Estado. Eles são definidos conforme a quantidade de eleitores em cada um dos 50 Estados.
Em alguns desses Estados, os delegados são obrigados a votar no candidato a presidente mais votado. Em tese, a eleição final poderia mudar os rumos de quem o povo escolheu, mas isso nunca aconteceu na história do país. Para assumir o cargo, é preciso somar, no mínimo, 270 delegados.
O atual presidente norte-americano, Donald Trump, havia contestado os votos em alguns Estados do país, como Geórgia e Pensilvânia. As informações são do The New York Times.
Apesar das tensões no país e dos rumores de protestos em massa nos locais de reuniões eleitorais, forjados em grande parte pela retórica do presidente, o processo do Colégio Eleitoral parecia estar prosseguindo sem sobressaltos.
“Não é apenas por tradição, mas para mostrar às pessoas, especialmente agora mais do que nunca, nosso sistema funciona“, disse o governador republicano de New Hampshire, Chris Sununu.
Cada Estado tinha um horário determinado para votação durante o dia. Todos os 6 eleitores de Nevada votaram em Biden, mantendo seus votos em frente à câmera durante a reunião virtual. Os eleitores da Pensilvânia deram 20 votos eleitorais.
Embora a reunião do Colégio Eleitoral seja um momento importante na democracia norte-americana, raramente se torna um grande evento político. Mas como o presidente Trump continuou sua campanha para mudar o resultado da eleição, a votação desta 2ª feira (14.dez.2020) tinha sido um prazo importante, o que se tornou ainda mais incomum porque não havia um Estado onde a votação estivesse suficientemente próxima para deixar seu resultado em dúvida.
Trump não admitia derrota
O republicano Donald Trump insistia no Twitter que havia vencido as eleições. Em 9 novembro, enquanto a recontagem era realizada em alguns Estados –como é o caso da Geórgia, que teve recontagem obrigatória por causa da diferença de menos de 0,5 p.p. entre os candidatos–, o presidente postou vários tweets em que insiste em uma virada e reitera alegações, sem evidências, de fraude eleitoral.
A limiar de identificação das cédulas está se tornando ainda maior do que o previsto originalmente. Um número muito grande de cédulas é impactado. Fiquem ligados!”, disse o presidente.
Em 15 de novembro, Trump disse, pela 1ª vez, que Biden foi o vencedor das eleições presidenciais no país. “Ele venceu porque a eleição foi manipulada”, escreveu Trump em sua conta no Twitter na manhã deste domingo (15.nov.2020).
Momentos depois, o atual ocupante da Casa Branca fez nova publicação, mudando o tom da anterior: “Eleições fraudadas. Venceremos!”.