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Entre maio e junho, a cada 3 dias 4 PMs foram presos por ligações com facções criminosas em MS

Militares foram implicados em esquemas de contrabando de cigarros, tráfico de drogas e conexão com PCC

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Foto :Divulgação 

Nos últimos 40 dias, contando a partir do dia 16 de maio até esta segunda-feira, dia 25 de junho, a cada três dias quatro policiais militares, de praças a oficiais de importantes patentes, como tenente-coronel, foram presos em Mato Grosso do Sul por participações em negócios conduzidos por máfias de contrabandistas de cigarros e de traficantes de drogas chefiados pelo PCC, facção criminosa que age de dentro dos presídios.

Cálculo em questão é possível levando-se em conta os números de capturados nas operações “Oiketicus”, do Ministério Público Estadual e Corregedoria da Polícia Militar e da “Laços de Família”, da Polícia Federal.

A primeira investida mandou 29 militares para a cadeia e, a segunda, um subtenente que circulava de carro Ferrari, avaliado em meio milhão de reais, pela cidade onde mora, Mundo Novo, divisa de MS com o Paraná.

Nos dois episódios, investigadores dos casos descobriram que os PMs sabiam exatamente o que faziam: protegiam as organizações, cobravam propina por isso e lavavam o dinheiro arrecadado com o esquema para dissimular os ganhos.

Na operação da PF desta segunda-feira, o subtenente Sílvio César Molina Azevedo, cujo salário mensal gira em torno de R$ 10 mil, foi um dos 19 presos, 14 dos quais em MS.

Diz os investigadores da trama que o PM seria o braço direito em MS do temível PCC, organização criminosa que, mesmo de dentro da prisão, manda matar, sequestrar e traficar armas e drogas.

Na operação Laços de Família – grau de parentesco entre os detidos – a PF apreendeu sete helicópteros, 25 imóveis, 136 veículos e a organização tocava para lavar o dinheiro dez empresas de fachada e tinha ainda ao menos 50 laranjas, pessoas contratadas para emprestar o nome, documentos ou conta bancária para ocultar a identidade de quem às empregam. Tráfico de droga levou a quadrilha para a prisão.

OIKETICUS

Já na operação Oiketicus (inseto conhecido como bicho cigarreiro), em duas fases, o Gaeco prendeu 28 PMs, dois deles tenentes-coronéis, que facilitavam as ações de uma organização que contrabandeava cigarros.

A organização criminosa pagava até R$ 100 mensais de propina aos policiais. Com o dinheiro arrecadado, os envolvidos compravam imóveis, carros e motocicletas importados, viajavam para o exterior e eram correntistas de polpudas contas bancárias.

As prisões dos PMs foram transformadas de temporária para preventiva, sem prazo para expirar.

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