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FACÃO: Usina Adecoagro demite 42 trabalhadores de Nova Andradina e Batayporã

Os trabalhadores estão sendo substituídos pelas máquinas e permanecem apenas os mais qualificados.

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Nesta semana o grupo Adecoagro, que mantém três usinas empresas produtoras de alimentos e energia renovável, entre elas em Angélica e Ivinhema, anunciou a demissão de 42 trabalhadores da frente de trabalho de Nova Andradina e Batayporã.

Porém, as demissões não se concentram apenas nesses dois municípios. Nas frentes de trabalho de Naviraí, Deodápolis e Fátima do Sul também houve registro de desligamentos. Na subsede do Sindicato, em Ivinhema, nas últimas semanas mais de 90 foram cortados. No geral, a empresa tinha um quadro de 5.750 funcionários, hoje não passa de 5.115.

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Presidente do Stifana de Nova Andradina, Alcemir Remelli - Foto: Glaucia Piovesan/Jornal da Nova

O presidente do Stifana (Sindicado dos Trabalhadores nas Indústrias da Fabricação de Açúcar e Álcool) de Nova Andradina, Alcemir Remelli, esteve na empresa na quinta-feira (20) e teve a informação de que esses desligamentos refletem as necessidades do mercado.

“Atuando há mais de nove anos, a empresa passa por ajustes e acomodações, já que é cada vez maior o emprego da tecnologia. Os trabalhadores estão sendo substituídos pelas máquinas e permanecem apenas os mais qualificados. Isso está acontecendo não apenas na nossa região como em todo país”, alerta o presidente.

Outras usinas que empregam trabalhadores da região, como a Santa Helena e Laguna, também reduziram os quadros de funcionários. No caso da primeira, há alguns anos, eram 1.200, hoje não passam de 750 empregados. A Laguna chegou a empregar 750 trabalhadores, atualmente, 490 trabalham nesta usina.

Na análise do sindicalista, a situação pode piorar nos próximos meses. “Para o trabalhador, a reforma trabalhista pode contribuir para agravar ainda mais este quadro de desemprego. Agora, é possível o acordo coletivo com o Sindicato como também o acordo individual, entre empresa e trabalhador. Isso vai diminuir o poder de negociação da classe trabalhadora e pode significar mais demissões”, avalia.

No que diz respeito à crise financeira, Alcemir Remelli acredita que o setor sucroalcooleiro não sofreu consequências tão alarmantes. “O setor químico foi o menos atingido e pertencemos a ele. Isso se explica pela crise internacional dos setores de açúcar e álcool na Índia e na China, que produziram menos. Então, o Brasil ganhou. Hoje, aconteceu uma queda no preço do açúcar, porque esses mercados estão mais estabilizados. Isso é típico do setor de commodities: uma hora está bem, na outra nem tanto, mas não está imune à crise. Já esteve melhor”, encerra.

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