Publicado em 18/09/2020 às 16:05, Atualizado em 22/09/2020 às 10:07
Setor viu preços até 20% maiores pela fibra, que, por sua vez, se valorizou no campo por conta dos preços internacionais e do dólar.
Acompanhando a alta de diversos produtos do campo, em especial os alimentos, o algodão se valorizou no campo nos últimos meses. A pluma, que é um dos principais itens da indústria de roupas, chegou a valorizar cerca de 20% no fim de agosto.
Isso gera preocupações de que, além da alimentação, as roupas fiquem mais caras. Em São Paulo, varejistas projetam que, com a baixa procura e a subida nos preços do algodão, as vestimentas se valorizem.
Porém, segundo a indústria têxtil, essa alta não deverá chegar forte ao consumidor. Isso porque o impacto da valorização do algodão acabou sendo absorvido pela atividade, diz Fernando Pimentel, presidente da associação do setor (Abit).
“Os primeiros elos da cadeia sofreram um impacto muito grande, mas são várias etapas até chegar ao consumidor. Nossa estimativa é de que o algodão representa 7% do preço total da roupa”, afirma.
“A alta atinge uma parcela da produção de vestuário do país. Considerando que metade da produção é algodão e outra metade não, mesmo se todo o custo fosse repassado, a alta na ponta (do consumidor) seria algo de 1%”, acrescenta Pimentel.
Além disso, a indústria acredita que o aumento é passageiro. O motivo é que, como o setor parou durante a pandemia, a retomada é demorada, com muitas empresas querendo comprar algodão ao mesmo tempo, o que também valoriza o produto.
“No retorno das fábricas, há cerca de 45 dias, todo mundo recompôs os estoques. Antes da pandemia, o algodão custava R$ 2,70 por libra-peso (454 gramas), chegou a R$ 3,30 e, agora, está por volta de R$ 3,15, aumento hoje de 16%”, explica o presidente da Abit.