Publicado em 07/11/2017 às 07:42, Atualizado em 07/11/2017 às 10:44
Decisão da Justiça causou indignação à família de bacharel em Direito
O filho de apenas 3 anos de Carolina Albuquerque Machado, que tinha 24 anos, ainda não sabe sobre a morte da mãe.
A família tenta recuperar-se do choque que foi a perda da jovem que era bacharel em Direito. Hoje pela manhã, a decisão da Justiça de conceder liberdade ao estudante de Medicina João Pedro da Silva Miranda Jorge, 23 anos, apontado como o responsável pela morte da jovem, causou indignação.
Para o pai de Carolina, o engenheiro civil Lázaro Barbosa Machado, 63 anos, a fiança de R$ 50 mil é algo "absurdo e desproporcinal" se analisada a gravidade do crime. "Se você analisar a circunstância do crime e pela situação econômica da família, que aparentemente é bem abastada, acho que R$ 50 mil beira ao ridículo", afirma.
O pai ainda questiona a rapidez com que a Justiça se posicionou no caso. "Estou sabendo que ele foi solto num processo relâmpago, muito estranho. Isso nós não podemos questionar, que tem que questionar é o Ministério Público, mas como pai, é evidente que estou indignado", diz.
NOTÍCIA DIFÍCIL
A família busca forças para se recuperar da dor da perda e agora concentra toda a atenção no cuidado ao filho de Carolina, de 3 anos, que também ficou ferido no acidente.
O garoto ainda sente dificuldade para andar, mas passa bem, inclusive recebeu alta do hospital ontem. Mas o que os médicos, nem os avós conseguiram curar foi a saudade que ele sente da mãe.
"Ele tem três anos e meio, não tem muita noção, brinca um pouquinho, mas daqui a pouco já pergunta da mãe. E a gente não sabe como explicar, então diz que ela está doentinha, no hospital", conta o avô.
"FATALIDADE"
João Pedro está solto desde às 13h40 de hoje, quando deixou o Patronato Penitenciário de Campo Grande, onde esteve para a instalação da tornozeleira eletrônica. Para ganhar a liberdade monitorada, o estudante pagou fiança de pouco mais de R$ 50 mil.
Em entrevista à imprensa logo após conseguir a liberdade provisória de João Pedro, o advogado de defesa classificou a colisão como uma "fatalidade" e disse que não poderia dar detalhes sobre a dinâmica do acidente, pois o processo está em segredo de Justiça.
"João Pedro e a família dele estão todos consternados com a situação. Não quero me manifestar a cerca dos fatos, nem quanto a dinâmica e o pós-acidente, o que eu posso dizer é que o João não estava embriagado, havia o sinal verde para ele, ele passou o sinal verde e abalroou o outro veículo", explicou.
O advogado ainda argumentou que "foi um acidente, uma fatalidade, com relação a velocidade, com relação a dinamica, com relação a perspectiva de como se deu o fato, isto vai ser traçado num momento oportuno, na questão pericial, com relação a outras circunstâncias, eu vou me abster em respeito ao segredo de Justiça", disse. O universitário não deu declaração para a imprensa.