Publicado em 07/10/2017 às 08:12, Atualizado em 07/10/2017 às 11:17
Biffi foi um dos nomes mais fortes do PT, sendo inclusive presidente do diretório regional até este ano
Cerca de 200 novos membros foram filiados ao PDT na noite desta sexta-feira (6), em evento realizado no auditório da Anoreg-MS (Associação dos Notários e Registradores de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande. Entre vários representantes sindicais e comunitários, o maior destaque foi a filiação do ex-deputado federal Antônio Carlos Biffi.
Biffi foi um dos nomes mais fortes do PT, sendo inclusive presidente do diretório regional até este ano, quando o ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, venceu as eleições internas para comandar o partido.
A ascensão de grupos políticos dos quais Biffi não faz parte fez também com que ele perdesse força no PT. A insatisfação do político o fez buscar novos ares e encontrar no PDT uma sigla que pode vir a ocupar um espaço de referência na esquerda brasileira, este já considerado uma lacuna deixada pelo declínio do PT.
"Venho para o PDT junto com vários companheiros para ajudar o partido a ser forte e grande", frisa Biffi, que completa. "O PDT vem para ocupar a centro-esquerda, a democracia popular. É um desafio na linha que eu acredito", destaca.
Sobre a saída do PT, o ex-deputado aponta já não ter mais ânimo para seguir lá, sem perspectiva de crescimento pessoal. "Deixei o PT sem nenhum processo, sem nenhum desvio de conduta. Somente segui a risca as normas do partido".
A entrega da ficha de filiação de Biffi foi feita pelos seus três netos, ainda crianças. A intenção do ato foi simbolizar algo que o partido diz acreditar, que é o futuro do país estar nas crianças e, por consequência, na educação - campo que foi explorado por Biffi em sua carreira na política.
Boas vindas
Biffi recebeu as boas vindas de um dos líderes do PDT, o deputado federal Dagoberto Nogueira, que confirma a posição do partido em ocupar a lacuna deixada pelo PT, sendo a filiação de Biffi e os demais novos membros uma prova.
Muitos dos novos nomes são ex-petistas e sindicalistas. Entre eles, está o dirigente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Campo Grande), José Abelha.
Em geral, a visão é que o PDT, diferente do PT, partido deixado para trás, é "ficha limpa" e passa a se tornar a "esperança" de mudanças que um dia o Partido dos Trabalhadores representou.
"O povo perdeu a esperança no PT e o PDT é o partido que pode ressuscitar essa esperança na política de novo. O PDT não teve envolvimento com as coisas que eles [PT] tiveram", comenta Dagoberto.
Ele ainda completa que "o Biffi era o cara certo, mas estava no partido errado. Ele disputou a vaga na Câmara Federal em 2014 comigo e não ganhou porque estava no PT e o povo, agora, quer votar em um partido limpo", dispara.
Já o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, que também esteve presente do evento, destaca o otimismo para 2018. "Por onde ando vejo muitas filiações, muita adesão, principalmente da juventude. O povo não quer uma novidade sem fundamento, e o PDT tem fundamento, tem uma história. Esse vazio a gente vai ocupando", argumenta.