Publicado em 24/01/2018 às 04:51, Atualizado em 27/01/2018 às 12:48
Um dos grupos já acampou no canteiro em frente ao MPF para protestar
Representantes de quatro movimentos populares de Campo Grande estiveram reunidos ontem (23), na Avenida Afonso Pena, em frente ao prédio do Ministério Público Federal (MPF), para pedir que o ex-presidente da República, Lui\ Inácio Lula da Silva (PT), seja preso e condenado à prisão por denúncias em apuração na operação Lava Jato.
Bastante animados, os manifestantes faziam encenações da prisão de Lula, com um ator caracterizado como presidiário, que circulava na via e ao final da apresentação era preso em uma gaiola (representanto a cadeia).
A coordenadora do grupo Pátria Livre, Sirley Ratier, explicou que o movimento tem objetivo de demonstrar a insatisfação da população com a possibilidade do ex-presidente do Brasil ter direito a concorrer as eleições. "Não podemos nem imaginar este homem novamente como candidato. Estamos aqui para demonstrar apoio ao TRF4 e esperamos que façam a parte deles que é prender e condenar o Lula", destaca.
Condenado pelo juiz Sérgio Moro a 9 anos e 6 meses de prisão no caso do triplex em Guarujá (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá seu recurso julgado hoje quarta-feira (24) pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), segunda instância das ações da Operação Lava Jato.
A condenação de Lula por um crime comum foi a primeira imposta a um ex-presidente no Brasil. Tanto o petista quanto o Ministério Público Federal (MPF) recorreram da decisão: a defesa pede a absolvição de Lula, e o MPF solicita o aumento da pena.
APOIO DA POPULAÇÃO
O jornalista e assessor de comunicação, Rúbio Sérgio Moraes, foi até o evento para apoiar os grupos e fez uma analogia do jargão popular sobre o julgamento desta quarta-feira (24). "A limpeza da escada começa de cima para baixo, então, nossa indignação com o Lula é também pelo fato do papel que ele teve, a representatividade alcançada e por ter permitido que fosse feito com nosso país, em termos de corrupção", argumenta.
Para a professora aposentada da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Angela Antônia Tardivo Delben, estar na rua protestanto é uma forma de demonstrar seu comprometimento por mudanças no país. "Protesto contra a corrupção que desviou tanto dinheiro do Brasil, que apresentava um crescimento visível e de repente não temos mais nada. são desvios de recursos e morais também, pois o que presenciamos são ações para desestruturar a sociedade brasileira", ressalta.
O empresário, Augusto Raimundo Alessio, revelou que estava na manifestação para apoiar o juiz Sérgio Moro, pois, com a condenação do ex-presidente, cabe a população decidir mudanças nas próximas eleições. "Estou me filiando ao partido Novo porque acredito em uma nova forma de fazer política, por isso, vou me afastar do setor empresarial e meu objetivo é sair candidato a deputado federal", revela, o proprietário da empresa Soldamaq.
NOVOS PROTESTOS
A coordenação do grupo Pátria Livre informou que será realizada uma vigília com velas em frente ao MPF e os manifestantes retornarãonesta quarta-feira (24), no período da tarde, na entrada do posto de combustível Tereré, localizado de frente ao shopping Campo Grande. "Se o Lula for condenado, vamos comemorar, se for inocentado iremos protestar", avisa a manifestante.
VIAGEM
Do outro lado, segundo a assessoria do PT regional, cerca de 190 pessoas viajaram para a Capital gaúcha de Porto Alegre com o objetivo se juntar aos militantes fãs de Lula que se juntarão na porta do Tribunal Regional Federal.
O partido diz que 120 pessoas embarcaram em três ônibus, além de dez carros e mais alguns integrantes que viajaram de avião.
Quem ficou por aqui, está sendo organizado um manifesto a partir das 6h no cruzamento da Avenida Agonso Pena com a Rua 14 de Julho, com panfletagem, adesivos nos carros e distribuição de bandeiras.