A greve dos caminhoneiros tornou deputados que têm aviões próprios bastante requisitados no Congresso. Temendo não conseguir voos para retornarem de Brasília para seus Estados nesta quarta-feira, 23, parlamentares se apressaram e, desde o início da manhã, tentavam garantir carona nos jatinhos dos colegas.
“Realmente teve mais procura hoje mesmo”, conta o deputado federal João Gualberto (PSDB-BA), um dos que têm avião particular. Para evitar ficar sem combustível, o tucano mandou que sua aeronave, um jato executivo modelo Hawker 400, fosse abastecida ainda na terça-feira, mesmo dia em que chegou à capital federal.
Dono de uma rede de supermercados, Gualberto previa decolar de Brasília rumo a Salvador na noite desta quarta-feira, 23, com todos os seis assentos preenchidos. Um dos que garantiram a carona foi o deputado Jutahy Magalhães (PSDB-BA). “Vou com ele. Falei para ele hoje cedo colocar combustível logo.”
Nos corredores do plenário da Câmara, deputados demonstravam preocupação. Em pré-campanha para as eleições de outubro deste ano, a maioria tem chegado à capital federal na terça-feira e retornado a seus redutos eleitorais já na noite de quarta-feira. “Ninguém sabe se vai sair de Brasília amanhã (hoje, 24) por falta de combustível”, disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
A preocupação dos deputados tem motivo: a Inframerica, concessionária que administra o Aeroporto de Brasília, comunicou que a querosene de aviação no local era insuficiente para a manutenção regular das operações. Por isso, só estavam autorizados a pousar no terminal aeronaves com capacidade para decolar sem precisar de abastecimento. Segundo a Inframerica, a decisão foi tomada em conjunto com as companhias aéreas, empresas de fornecimento de combustível e órgãos responsáveis.
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