Publicado em 04/03/2021 às 15:54, Atualizado em 04/03/2021 às 19:00
“Chega de frescura, de mimimi, vão ficar chorando até quando? Temos que enfrentar os problemas”, disse durante evento nesta 5ª feira (4.mar.2021).
O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar as medidas de isolamento social para combater a covid-19. “Chega de frescura, de mimimi, vão ficar chorando até quando? Temos que enfrentar os problemas”, disse durante evento nesta 5ª feira (4.mar.2021).
O comentário foi feito 1 dia depois de o Brasil bater o 2º recorde seguido de mortes diárias causadas pela doença. Os números desta 5ª feira ainda não foram divulgados pelo Ministério da Saúde. O chefe do Executivo federal disse lamentar as mortes, mas que o vírus não deve ser combatido “de forma ignorante”.
“Atividade essencial é toda aquela necessária para o chefe de família levar o pão para dentro de casa, porra! A rua não parou. O homem do campo não parou. Os militares não pararam. O padeiro não parou. Por que essa frescura de fechar comércio?”, afirmou, dirigindo-se a governadores que instituíram lockdown por conta da lotação nos leitos de UTI (unidades de terapia intensiva) voltadas para a enfermidade.
Bolsonaro disse ainda que espera que o poder de “comandar o Brasil” seja “restabelecido”. A declaração faz referência a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) tomada em abril de 2020 na qual ficou determinado que Estados e municípios têm autonomia para impor isolamento, quarentena, interdição de locomoção e de serviços públicos e atividades essenciais durante a pandemia.
Apesar de Bolsonaro ter voltado a declarar que não pode tomar ações referentes ao combate à doença, o próprio Supremo já emitiu nota afirmando que a competência para impor essas ações é também da União.
O presidente disse ainda que a OMS (Organização Mundial da Saúde), que chamou de “desacreditada”, já se pronunciou sobre o não funcionamento do lockdown. A informação, no entanto, é enganosa.
FERROVIA NORTE-SUL
O presidente deu as declarações durante a inauguração do terminal ferroviário de São Simão (GO) e de um trecho da Ferrovia Norte-Sul, que ligará a cidade goiana a Estrela D’Oeste (SP). Com extensão de 172 quilômetros, o trecho ligará o corredor ferroviário de Goiás ao Porto de Santos.
O terminal deve movimentar 5,5 milhões de toneladas de granéis como soja, milho e farelo por ano. Essa estrutura e a ferrovia são operadas pela Rumo. O contrato dura 30 anos e compreende 1.537 quilômetros, que ligarão Porto Nacional (TO) a Estrela D’Oeste (SP). A expectativa é de que a ferrovia esteja 100% operacional até o fim de julho.