Por ano, 21.290 pessoas são diagnosticadas com câncer gástrico, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Os homens são os mais afetados pela condição médica. No mesmo levantamento, 13.540 eram homens e 7.750 eram mulheres. O cantor Mr. Catra entrou para essa estatística no começo do ano passado, quando teve a doença, que o levou à morte no último domingo, detectada.
Quais são os fatores que levam à doença?
Como em outros casos de câncer, há uma predisposição genética. Pessoas que com histórico familiar de câncer ou úlceras no estômago podem estar sujeitas a desenvolver a doença. Mas não é só isso.
Fatores comportamentais, como fumar, ter má alimentação e consumir álcool em excesso também têm impacto potencializador no aparecimento do câncer no aparelho digestivo.
De acordo com o Dr. Tomazo Franzini, diretor da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), um dos problemas dessa doença é que os seus sintomas são inespecíficos, o que pode a levar as pessoas a pensar que têm uma simples gastrite, devido à sensação de dor e queimação na boca do estômago. “Se você tem um sintoma gástrico persistente, com histórico familiar, convém que você procure um especialista que vai pedir exames para detectar o que acontece. O mais comum é a endoscopia digestiva alta, acessível mesmo no SUS”, afirmou Franzini, em entrevista a EXAME.
A dieta balanceada é importante para a prevenção da doença, especialmente em pessoas que tenham predisposição genética para desenvolvê-la. Alimentos que podem agredir a mucosa estomacal são frituras, embutidos ou que tenham muitos conservantes. Eles podem causar um estado de hiperacidez no estômago, levando a lesões que podem evoluir para um câncer.
A bactéria H. pilory é conhecida por quem tem gastrite. Ela pode desencadear a doença. Mas, além disso, ela também pode atuar para o aparecimento do câncer de estômago. “Quando você tem um sintoma, você faz o teste de H. pilory. Se for positivo, ela pode estar correlacionada à gastrite. Mas há também a chance de que ela ajude a permear uma situação que vai evoluir, no futuro, para um câncer”, disse Franzini.
E o cigarro?
O cigarro pode parecer prejudicial apenas para o sistema respiratório. No entanto, o tabagismo tem efeitos negativos no estômago.
“O aparelho digestório começa na boca, é onde fazemos a mastigação. Nela, já há um risco aumentado de ter neoplasia [câncer] por causa dos calcogênios do cigarro”, segundo Franzini.
Prevenção
A prevenção do câncer gástrico se dá por meio de dieta balanceada, abstenção do fumo, consumo moderado do álcool e exames periódicos de pessoas com histórico familiar que tenham dores na boca do estômago.
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