O tempo seco e o calor intenso têm castigado os campo-grandenses nos últimos dois meses. Nesta semana, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) chegou a alertar sobre risco de morte e hipertermia. Além disso, a umidade relativa do ar chegou a 10% nesta semana. Os fatores do clima já refletem nas unidades de saúde e há uma estimativa de aumento de 20% de atendimento de pacientes com doenças respiratórias ou outras causadas pelo clima em Campo Grande.
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) explica que as condições climáticas desfavoráveis, como o calorão e o tempo seco, além das doenças respiratórias, podem também potencializar as doenças cardiovasculares. A recomendação é tomar cuidado, principalmente com crianças e idosos.
Com o calor intenso e a baixa umidade do ar, fica cada vez mais difícil respirar e é preciso tomar cuidados para não acabar em uma unidade de saúde. Além da dica clássica de tomar muita água, o médico otorrinolaringologista da Unimed Campo Grande, Dr. Alexandre de Souza Cury, explica que outra medida importante é manter o ambiente úmido, com uso de umidificadores. Outra dica que pode trazer um conforto ao respirar é usar soro fisiológico nasal.
O otorrinolaringologista ainda ressalta que é importante se proteger do sol com roupas adequadas e frescas, além de usar protetor solar e um guarda-sol. “A hidratação torna-se também um dos nossos maiores aliados para combater o calor. Com essas medidas estamos nos protegendo de possíveis insolações e desidratação”, diz.
Já a Sesau ressalta que além dos cuidados básicos, é preciso evitar fazer exercícios físicos nos horários mais quentes do dia, fazer inalações e manter os ambientes arejados – livres de tabaco e de poeira. A Secretaria de Saúde também recomenda evitar lugares fechados com grande concentração de pessoas, como shoppings-centers, supermercados e cinemas.
As queimadas e o sistema respiratório
Outro fator que afeta o sistema respiratório são as queimadas, cada vez mais comuns com o tempo seco. O otorrinolaringologista da Unimed, Celso Nanni Junior, explicou ao Jornal Midiamax que a queimada libera partículas que ficam suspensas no ar, como aerossóis. Os efeitos destas partículas são imediatos, com sintomas como a irritação do aparelho respiratório, ardência no olho, nariz, tosse e produção de muco.
Se as queimadas incomodam qualquer um, os efeitos são ainda piores para quem já tem problemas respiratórios. “Quem tem predisposição à doença respiratória acaba entrando em crise, como [quem tem] bronquite e rinite. Acaba desencadeando crises destas doenças”, explica. O especialista ainda afirma que, a longo prazo, o depósito das partículas do incêndio pode causar doenças em quem ainda não tem.
“Lembrando que no período mais seco, a partícula fica mais tempo suspensa. Quando tem chuva, a água lava o ar, as partículas vão para o chão. No tempo seco, ela fica mais tempo em suspensão”.
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