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Temer teria dito estar vivendo um dos piores momentos da vida dele

Ministros gravam vídeos e procuram mostrar tranquilidade diante da crise

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O presidente interino, Michel Temer - Jorge William / Agência O Globo

As reuniões no Palácio do Jaburu se arrastaram até a madrugada desta quinta-feira para discutir os estragos da delação dos donos da JBS na economia e na política. Segundo relatos, o Planalto cogitava pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) ainda ontem à noite acesso às gravações. No encontro com os ministros integram o núcleo duro do governo, Temer disse que estava vivendo o pior momento da vida dele. Teria se queixado também de "armação e conspiração", disse um interlocutor.

Segundo uma fonte, Temer contou que só recebeu Joesly Batista, um dos donos da JBS, na residência no Jaburu, porque o empresário insistiu muito. O presidente teria comentado também que não se lembrava direito da conversa, mas em que, em algum momento, falaram do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba.

Por enquanto, a resposta do governo é um vídeo publicado no Twitter pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, dizendo que o país não pode parar. Temer pediu empenho aos ministros para descolar a agenda do país – as reformas – da crise política.

Diante da crise, as agendas do presidente e dos ministros que dão expediente no Planalto foram direcionadas para parlamentares. Eles vão receber deputados e senadores a cada meia-hora, durante todo o dia de hoje.

Temer colocou seus principais ministros para tentar mostrar tranquilidade diante do momento político. O ministro Moreira Franco também divulgou vídeo, no Twitter, pedindo "serenidade" neste momento. Temer, segundo aliados que estiveram com ele ontem, está "tenso"

Fomos ontem surpreendidos com a delação de um empresário. Essa delação precisa ser tratada, vista, investigada. O Poder Judiciário deve continuar a cumprir com a sua obrigação, e temos que respeitar todo o procedimento dele. Mas o Poder Executivo e o Poder Legislativo também devem continuar a fazer o que tem que ser feito. Os Poderes Executivo e Legislativo têm que tirar o país da maior crise econômica da nossa História: o Legislativo fazendo as reformas e o Executivo fazendo as proposições de mudanças na política econômica que permitiram que tivéssemos baixa da inflação, queda da taxa de juros. É fundamental que tenhamos muita serenidade, que façamos o esforço de nos mantermos unidos com o único objetivo: o Brasil não pode parar — disse Moreira Franco.

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