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Ministro do TSE estuda bloquear influência de igrejas nas eleições

Além do poder de persuasão. O cidadão reúne 100 mil pessoas num lugar e diz 'meu candidato é esse'"

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Foto :José Cruz/Agência Brasil

O uso do poder econômico e a influência que as igrejas exercem em grande parte da sociedade brasileira está na mira do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A corte eleitoral estuda uma cláusula para bloquear esta relação entre religião e cargos eleitorais, principalmente quando envolve dinheiro.

O ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, afirmou que há um uso da religião para influenciar as eleições. Neste caso, não se trata apenas de uso dos recursos financeiros das igrejas, mas da própria estrutura física dos templos.

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"Depois da proibição das doações empresariais pelo Supremo Tribunal Federal (STF), hoje quem tem dinheiro? As igrejas. Além do poder de persuasão. O cidadão reúne 100 mil pessoas num lugar e diz 'meu candidato é esse'. Estamos discutindo para caçar isso", disse o ministro em entrevista.

O ministro afirma que há um uso da religião para influenciar as eleições, contando ainda com os recursos das igrejas, não apenas material, mas a própria estrutura física.

"Outra coisa é fazer com que o próprio fiel doe. Ou pegar o dinheiro da igreja para financiar", afirmou. "Se disser que agora o caminho para o céu passa pela doação de 100 reais, porque eu não vou para o céu?"

De acordo com Gilmar Mendes, há um potencial para abuso de poder econômico de "difícil verificação", e existe a necessidade do TSE agir.

Na Câmara dos Deputados, a bancada evangélica vem crescendo a cada eleição. De acordo com dados do TSE, em 1998, eram 47. Em 2014, foram eleitos 80.

No entanto, a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso tem 181 deputados e quatro senadores participantes --que incluem, além dos próprios deputados ligados às igrejas, simpatizantes e outros parlamentares que defendem as mesmas pautas, normalmente bastante conservadoras.

Na população em geral, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os evangélicos representam 22 por cento dos brasileiros.

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