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Produção de cana-de-açúcar deve cair 1% na próxima safra

O resultado reflete a queda na produtividade da cultura na atual safra do Estado

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A queda de produção é resultado da retração de área, informa a Conab - Foto: Divulgação

Apesar da expansão de 7,5% da área plantada — de 619 mil hectares para 665,4 mil hectares —, a produção de cana em Mato Grosso do Sul deve alcançar 49,794 milhões de toneladas na safra 2017/2018 , volume 1% inferior ao do ciclo anterior, de 50,292 milhões de toneladas.

O resultado reflete a queda na produtividade da cultura no Estado, que saiu de 74,83 toneladas por hectare na safra 2016/2017 para 81,25 toneladas por hectare nesta safra, decréscimo de 7,9%. Os dados são do terceiro levantamento de safra, divulgado na última semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Quando considerados os principais produtos, a produção de açúcar também deverá ter recuo em Mato Grosso do Sul, passando de 1,73 milhão de toneladas para 1,66 milhão de toneladas (-4,1%). Já a produção de etanol total é estimada em 2,811 bilhões de litros, avanço de 3,8% em relação ao volume produzido na safra anterior, de 2,709 bilhões de litros.

Desse total, 995,8 milhões são de etanol anidro — volume 25,3% maior que da safra 2016/2017, de 794,9 milhões de litros. Já a produção de etanol hidratado deve totalizar 1,815 bilhão de litros, ficando 5,1% inferior à da safra passada, de 1,914 bilhão de litros.

DESEMPENHO

Conforme o levantamento da Conab, irregularidades climáticas podem ter contribuído para a queda de produtividade nas lavouras de cana de açúcar no Estado. "Há uma grande variabilidade entre as unidades produtoras de cana-de-açúcar decorrentes da localização geográfica, clima e do manejo.

Durante o período de colheita ocorreu uma forte geada na maioria das regiões produtoras, forçando a antecipação da colheita, ocasionando a redução do ATR em algumas lavouras". A partir de outubro as chuvas se regularizaram, favorecendo o crescimento da cana-de-açúcar que já foi colhida.

Ainda de acordo com o estudo, as unidades procuram manter o aporte tecnológico sem ter que reduzir gastos com insumos ou mudanças no manejo. "A maioria das unidades produtivas estão na expectativa de o mercado ser mais atrativo, muitas readequações foram necessárias para que as metas de produção e qualidade não fossem afetadas. Mesmo com o cenário econômico incerto, grande parte das unidades vêm investindo na renovação e reforma das lavouras, além da manutenção do quadro funcional e da área plantada", completou.

NACIONAL

A produção de cana-de-açúcar da safra 2017/2018 deve chegar a 635,59 milhões de toneladas, com um recuo de 3,3% frente às 657,18 milhões da temporada anterior, de acordo com o 3º levantamento da atual safra realizado pela Conab.

A queda de produção é resultado da retração de área. O recuo só não é maior graças ao pequeno aumento de 0,2% na produtividade, que passou de 72,62 toneladas por hectare da safra anterior para 72,73 toneladas.

A área colhida deve sofrer uma redução de 3,4%, passando de 9,05 milhões para 8,74 milhões de hectares. A disponibilidade menor tem a ver com a desistência e devolução de áreas de fornecedores que têm plantações distantes das unidades de produção, principalmente aquelas em que há dificuldade de mecanização.

A estimativa de açúcar deve atingir 39,46 milhões de toneladas, ou seja, 2% a mais que a safra passada. Agora, na reta final da safra, com 92,9% da cana já moída, as unidades aumentam a destinação para o etanol em função de sua melhor rentabilidade. No entanto, a produção ainda deve ser menor que a do ciclo anterior.

A previsão é de 27,05 bilhões de litros de etanol, com um recuo de 2,7%. Enquanto o hidratado cai 5,2%, saindo de 16,73 para 15,87 bilhões de litros, o anidro sobe de 11,07 para 11,18 bilhões de litros, com aumento de 0,9%

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